UNÂNIME

Deputados aprovam decreto que trava consignados ilegais

Publicado em

O enfrentamento aos empréstimos consignados com juros e taxas abusivas contra servidores públicos ganhou um novo capítulo com a aprovação unânime, nesta quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa, do Projeto de Decreto Legislativo n.º 13/2025, de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD) e coautoria da deputada Janaina Riva (MDB).

A proposta suspende os efeitos dos contratos de cartões de crédito e benefícios consignados, bem como, de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) firmados em desacordo com a legislação vigente em Mato Grosso. O prazo inicial de suspensão é de 120 dias, podendo ser prorrogável, mediante justificativa fundamentada, com base no tempo necessário para a conclusão das apurações conduzidas pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e pela força-tarefa instituída por meio do Decreto Estadual n.° 1.454/2025, emitido pela Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz).

Segundo o autor, a medida representa um avanço histórico na proteção aos servidores públicos estaduais. “O que aconteceu com o servidor público estadual foi um verdadeiro estupro coletivo. Pequenos bancos e sociedades de crédito, principalmente de São Paulo, se aproveitaram da situação calamitosa de superendividamento e ofereceram empréstimos milagrosos que só agravaram a crise financeira dos servidores. Muitos perderam bens, desfizeram casamentos e a dignidade por causa de contratos dolosamente construídos, com juros que chegavam a 6% ao mês”, afirmou Wilson Santos.

Leia Também:  ALMT ilumina fachada para conscientização sobre fibromialgia

Ele relembrou que a Assembleia Legislativa já havia tratado do tema em 2018, quando foi instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) presidida pelo ex-deputado Guilherme Maluf, com relatoria de Alan Kardec e participação de Janaina Riva. O relatório final resultou em um projeto de lei que regulamentava o sistema de consignados em Mato Grosso, com definição de taxas máximas e critérios de cadastro. “Esse projeto foi aprovado e promulgado pela Assembleia, mas acabou sendo derrubado no Supremo Tribunal Federal (STF) após ação de inconstitucionalidade movida pelo governo estadual. A partir dali, abriu-se a porteira. Mais de 30 instituições passaram a operar em Mato Grosso com juros e taxas criminosas. Agora, estamos sustando esses contratos malfeitos, que exploraram a boa-fé de milhares de servidores”, completou.

Antes de chegar ao plenário, o projeto foi debatido em sessão extraordinária para derrubar o parecer contrário da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). O texto recebeu parecer favorável dos deputados Thiago Silva (MDB), Eduardo Botelho e Sebastião Rezende – ambos do União. Também foi incluída a emenda nº 1, proposta por Janaina Riva, que suspende os efeitos de atos regulamentares relacionados a créditos ou compensações aplicadas a servidores do Poder Legislativo até que norma específica da Casa de Leis discipline o tema.

Leia Também:  Duas crianças ficam feridas em acidente entre moto e carro

Durante a votação, o plenário foi unânime em reconhecer a gravidade da situação enfrentada pelos servidores e a necessidade de suspender os contratos irregulares. O deputado Júlio Campos (União) destacou que o decreto precisava mesmo ser aprovado. “Hoje, cerca de 90% dos servidores públicos estão superendividados por causa de juros abusivos e práticas de corrupção dessas empresas. Declaro minha solidariedade aos servidores e meu apoio total à aprovação do projeto”, pontuou.

Já o deputado Paulo Araújo (PP) reforçou a importância da proposta. “Essa discussão é extremamente relevante. Há uma legislação que limita os percentuais de empréstimos consignados, mas as instituições financeiras encontraram brechas para burlar as regras. É preciso que a Sefaz e os órgãos de controle fiquem atentos para evitar o superendividamento que atinge servidores de todos os poderes”, disse.

O Projeto de Decreto Legislativo n.º 13/2025 segue para promulgação pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, com validade imediata após publicação.

Entre no grupo do Folha360 no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Política MT

Castro se encontra com Moraes para dar explicações sobre megaoperação no Rio

Published

on

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes se reúne nesta segunda-feira (3) com o governador do Rio de JaneiroCláudio Castro (PL), para discutir a megaoperação policial realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou com 121 mortos — entre eles quatro policiais, dois militares e dois civis.

A reunião está marcada para as 11h, no Rio de Janeiro, e contará também com o secretário de Segurança Pública do estado, Victor Santos, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, e o delegado-geral da Polícia Civil, Felipe Curi.

A audiência foi marcada após Moraes determinar que Castro prestasse informações sobre a ação policial. Na decisão, tomada no âmbito da chamada “ADPF das Favelas”, Moraes cobrou um relatório completo sobre a operação, incluindo a definição prévia do grau de força utilizado e a justificativa formal para sua realização.

O ministro também pediu detalhes sobre o número de agentes mobilizados, forças envolvidas e tipos de armamento empregados, além de informações oficiais sobre mortos, feridos e pessoas detidas.

Leia Também:  Mauro Mendes reafirma apoio a Pivetta para 2026 e descarta crise interna no União Brasil

Outros pontos exigem explicações sobre medidas de responsabilização em casos de abusos, uso de câmeras corporais e nas viaturas, atuação das corregedorias das polícias, e assistência às vítimas e familiares, com destaque para a presença de ambulâncias durante a operação.

Moraes também determinou que o governo informe as providências tomadas para preservar o local e conservar os vestígios para perícia, além de comprovar a comunicação imediata ao Ministério Público.

Proporcionalidade e uso de espaços públicos

O ministro questionou ainda se foram observadas as diretrizes constitucionais de busca domiciliar e o princípio da proporcionalidade no uso da força, especialmente nos horários de entrada e saída das escolas.

Caso não tenham sido respeitados, Castro deverá apresentar as razões concretas que justificaram a realização da ação nesses períodos.

Além disso, Moraes pediu explicações sobre o eventual uso de escolas ou unidades de saúde como base operacional, e se há comprovação de que esses espaços tenham sido utilizados por criminosos para justificar a presença policial.

Entre no grupo do Folha360 no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

GRANDE CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA