ENTENDA

Vereador propõe proibição de menores na Parada LGBTQIA+ em Cuiabá

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O vereador Rafael Beal Ranalli (PL) protocolou na Câmara Municipal de Cuiabá, no dia 31 de janeiro, um projeto de lei que visa proibir a participação de menores de 18 anos na Parada do Orgulho LGBTQIA+, evento tradicionalmente realizado na capital de Mato Grosso. A proposta estabelece penalidades para organizadores do evento, patrocinadores e responsáveis legais dos menores que desrespeitarem a norma.

O projeto argumenta que a presença de crianças e adolescentes na Parada poderia comprometer sua “formação moral”, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O vereador justifica que a Parada envolve “exposição do corpo, simulação de atos sexuais e consumo exacerbado de bebidas alcoólicas”, criando um ambiente “insalubre” para os menores. Além disso, Ranalli cita a presença de manifestações de intolerância religiosa como outro motivo para a restrição.

A proposta prevê multas de R$ 5 mil para os responsáveis legais dos menores e R$ 10 mil para os organizadores do evento, com penalidades que dobram em caso de reincidência, podendo até resultar na cassação da autorização para a realização do evento. Ranalli afirma que, embora a proibição já esteja implícita na interpretação do ECA, o projeto busca reforçar essa proteção, responsabilizando tanto os organizadores quanto os responsáveis pelos menores.

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“Como presidente da Comissão da Criança, a minha preocupação é com a criança. Não é com o pai, com a mãe, o que eles fazem com a parede, ou com quem faz, ou com o que faz. Agora, a minha preocupação é com a criança presenciando uma parada que você sabe que não é só por orientação sexual, tem comportamentos diversos na parada, não tem controle. Você tem lá casais homossexuais ou não, que fazem atitudes que não condizem uma criança a presenciar o poder público. Por exemplo, é só acompanhar mídia, já enfiaram não sei o que não sei onde. Mas eu sou favorável também da criança não participar do carnaval no horário que não pode, porque se for no carnaval hoje em dia é só ficar aqui, ficar bate-bate, senta você aonde, toma isso, toma aquilo, sem condições”, disse.

Outro lado

A medida, no entanto, gerou ampla repercussão e oposição. Ativistas LGBTQIA+ e defensores dos direitos humanos acusam o vereador de tentar censurar e restringir direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e a liberdade de manifestação. Eles destacam que a Parada do Orgulho LGBTQIA+ é um espaço de luta por direitos, inclusão e respeito, e que a proposta de Ranalli é discriminatória.

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A tramitação do projeto ainda está em fase inicial na Câmara Municipal. Em 4 de fevereiro, o projeto foi incluído no expediente do Legislativo e aguarda leitura e discussão nas comissões antes de ser submetido à votação em plenário. Caso seja aprovado, o projeto pode enfrentar desafios jurídicos, já que leis municipais não podem restringir direitos garantidos pela Constituição, como a liberdade de manifestação e a participação de famílias em eventos públicos.

A proposta continuará a ser acompanhada de perto por setores da sociedade civil e do meio político, gerando um debate sobre a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, a liberdade de expressão e a discriminação.

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Política

Abilio reafirma intenção de romper contrato com empresa do estacionamento rotativo

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Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (22), no salão nobre da Prefeitura de Cuiabá, o prefeito Abilio Brunini anunciou a intenção de romper o contrato com a CS Mobi, empresa responsável pelo estacionamento rotativo da capital. Segundo o prefeito, a prioridade é buscar um rompimento amigável entre as partes, mas caso isso não seja viável a administração municipal recorrerá a meios jurídicos para encerrar o contrato.

Durante o encontro, foi destacado que o contrato previa um pagamento mensal de cerca de R$ 650 mil por parte da prefeitura à empresa. No entanto, ao longo de dois anos, apenas quatro parcelas foram quitadas, o que teria levado a CS Mobi a contrair um empréstimo no final de 2024, utilizando a Prefeitura de Cuiabá como fiadora. Essa prática, além de não ter uma lei aprovada pelo Legislativo, gerou prejuízos à gestão que assumiu em janeiro deste ano, conforme ressaltado pelo prefeito.

“O empréstimo feito no final do mandato passado causou um impacto significativo na atual gestão. Com uma administração séria do dinheiro público é possível investir os mesmos R$ 600 mil que estavam previstos no contrato, ao longo de dois anos, e construir uma cidade do futuro, com base no projeto aprovado pela própria CS Mobi”, declarou Abilio.

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O prefeito também afirmou os cuiabanos não se adaptaram ao modelo de estacionamento rotativo implementado pela empresa, o que contribuiu para os problemas de operacionalização do serviço. Além disso, Brunini destacou que as obras propostas pela CS Mobi não oferecem vantagem urbanística ou financeira significativa para Cuiabá, tornando inviável a continuidade do contrato.

Diante do cenário, o prefeito determinou que a Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados (Arsec) realize uma auditoria detalhada no contrato e solicitou à Procuradoria do Município a elaboração de um parecer técnico que avalie a viabilidade e os desdobramentos legais do rompimento.

Para finalizar os trâmites, uma nova reunião será realizada na próxima semana com o objetivo de definir os últimos detalhes para que as partes cheguem a um acordo sobre a forma de encerrar o contrato.

A administração municipal avalia também a possibilidade de reestruturar o modelo de estacionamento rotativo na cidade, sempre priorizando soluções que atendam aos interesses da população.

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