R$ 50 milhões em dívidas

Dr. João afirma que Santa Casa não será fechada e cobra solução do governo

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Luiz Alves | ALMT

Durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na última segunda-feira (19), o deputado Dr. João (MDB) assegurou que o Hospital Estadual Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá seguirá funcionando. A discussão girou em torno da possível desativação da unidade, caso o novo Hospital Central, previsto para ser inaugurado em 2025, entre em operação.

Apesar de não ter sido apresentada uma definição concreta durante o encontro, o parlamentar, que também é médico nefrologista, destacou o consenso entre os deputados e representantes da sociedade: a Santa Casa não pode encerrar suas atividades.

O hospital é responsável por atender cerca de 500 pacientes em tratamento de câncer e oferece serviços especializados que não estão previstos no futuro Hospital Central, como a hemodiálise infantil.

“Quem vê uma criança passando por hemodiálise sabe a dor que é. Não podemos permitir que fiquem sem assistência”, afirmou Dr. João, destacando a necessidade de manter os atendimentos para pacientes em tratamentos de alta complexidade, como oncologia, radioterapia e quimioterapia.

Entre as alternativas sugeridas estão:

  • Parcerias público-privadas (PPP);
  • Formação de consórcio para gestão compartilhada;
  • Transformação da Santa Casa em um centro especializado em tratamento oncológico.
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Outra possibilidade discutida é a aquisição do prédio pelo Governo do Estado, com posterior repasse à Prefeitura de Cuiabá. A operação permitiria quitar as dívidas acumuladas pela unidade, que hoje somam aproximadamente R$ 50 milhões, além de garantir sua continuidade no atendimento à população.

O promotor de Justiça Milton Silveira, do Ministério Público Estadual (MPE), fez um alerta claro: a desativação da Santa Casa sem um plano bem estruturado colocará em risco toda a rede pública de saúde da capital. Ele destacou que o Hospital Municipal de Cuiabá já opera com ocupação acima de 110% da sua capacidade.

Diogo Leite Sampaio, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), reforçou que, do ponto de vista econômico, manter a Santa Casa funcionando é mais viável do que construir ou sobrecarregar outras estruturas. “A população precisa de garantias para continuar recebendo tratamentos, principalmente os pacientes oncológicos e renais crônicos”, frisou.

Diante da urgência da situação, Dr. João propôs a formação de um grupo de trabalho com representantes da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do Ministério Público, da própria Santa Casa e de outras instituições. O objetivo é revisar o plano de transição apresentado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) e encontrar uma saída viável.

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“A Santa Casa não é só um hospital, é um patrimônio histórico, social e cultural. Não vamos permitir que ela feche. Nosso compromisso é buscar uma solução junto ao governo, à prefeitura e a todos os atores envolvidos”, enfatizou o deputado.

Mesmo enfrentando uma grave crise financeira, a Santa Casa segue oferecendo serviços essenciais. Em 2024, realizou:

  • 6.745 cirurgias eletivas;
  • 3.740 atendimentos ambulatoriais;
  • 1.092 cirurgias de emergência;
  • E, apenas nos três primeiros meses de 2025, foram registrados 1.994 procedimentos cirúrgicos.

O hospital, que existe desde o início do século 19, é o mais antigo do Centro-Oeste e hoje corre risco de ser leiloado por conta de dívidas trabalhistas, conforme decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-23).

Dr. João finalizou destacando que não medirá esforços para garantir que a Santa Casa continue de portas abertas. “Vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance. Fechar a Santa Casa não é uma opção”, concluiu.

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Motorista que atropelou e matou mãe em Canarana continuará preso

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O juiz Carlos Eduardo de Moraes e Silva, da 2ª Vara de Canarana (823 km de Cuiabá), converteu em prisão preventiva a detenção de Divino Ventura Neris, apontado como responsável por atropelar e matar Jéssica Dávila Machado durante uma fuga após o furto de um carro. O acidente ocorreu na manhã de quarta-feira (5), quando a vítima caminhava para a escola acompanhada do filho de quatro anos, que sobreviveu com ferimentos.

Durante a audiência de custódia, a defesa de Divino alegou que o suspeito estaria mentalmente confuso e pediu sua libertação para tratamento médico. O magistrado, porém, considerou o pedido improcedente, mantendo o acusado preso e determinando que ele passe por avaliação psiquiátrica.

“A simples confusão mental aparente não é suficiente para autorizar a liberdade. Não há elementos que indiquem incapacidade mental”, destacou o juiz ao indeferir o pedido da defesa.

Fuga terminou em tragédia

Conforme informações da Polícia Civil, o crime aconteceu por volta das 6h50, quando mãe e filho seguiam a pé em direção à escola. Testemunhas relataram que o motorista, em alta velocidade, perdeu o controle do veículo durante a fuga e atingiu violentamente as vítimas.

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O carro só parou após colidir contra o muro de um ginásio, em frente à escola. O impacto foi tão forte que parte da lateral do veículo ficou destruída. Jéssica morreu no local, enquanto o filho foi socorrido com ferimentos na cabeça e levado para o Hospital Municipal de Canarana, sendo depois transferido a Água Boa para exames detalhados.

Contido por populares

Após o atropelamento, o motorista foi segurado por moradores até a chegada da Polícia Militar. O teste do bafômetro foi realizado e não indicou presença de álcool.

Com a conversão da prisão para preventiva, Divino permanecerá detido durante as investigações. O juiz também determinou que ele seja submetido a avaliação médica especializada, para que se verifique se realmente apresenta algum transtorno mental.

O caso provocou forte comoção em Canarana, especialmente entre a comunidade escolar e familiares da vítima. Moradores pedem justiça e punição rigorosa ao acusado, que agora responderá pelo crime em regime fechado enquanto aguarda julgamento.

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