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Incêndios no Pantanal superam em 39% pior ano de queimadas do bioma

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O avanço do fogo sobre o Pantanal já supera em área afetada as taxas registradas em 2020, o ano mais destrutivo da série histórica. Para se ter ideia, só nos primeiros 12 dias deste mês, o Pantanal já registrou o maior número de focos de incêndios para um mês de junho.

De 1º de junho até a última quarta-feira (12), 733 focos de queimadas foram registrados em todo o bioma, que no Brasil fica no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso.

De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), as áreas pantaneiras queimadas nos cinco primeiros meses de 2024 somaram 332 mil hectares, extensão 39% superior à registrada no mesmo período há quatro anos.

Nem em 2020, quando incêndios consumiram 26% do bioma, foram registrados tantos focos de incêndio como em junho de 2024. Na comparação com 2020, quando foram 406 focos em todo o mês de junho, o aumento de focos de queimada já é de 90% neste ano.

Os dados foram destacados pela SOS Pantanal, que publicou uma nota técnica alertando para a gravidade da situação no bioma. O panorama atual é “crítico e perigoso, potencializando os riscos para a ocorrência de incêndios florestais”. A entidade pede que a declaração de escassez hídrica, feita pela Agência Nacional de Águas (ANA) em abril, siga até 31 de outubro de 2024 para permitir ações emergenciais e a articulação entre os diferentes órgãos para gestão eficiente dos recursos hídricos.

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“Os riscos relacionados aos incêndios florestais são altos. A atual situação, juntamente com as previsões para os próximos meses, apresenta condições similares às encontradas em 2020, com exceção de uma cheia prévia ocorrida em 2018. Portanto, é imperativo considerar fortemente medidas de prevenção e um preparo adicional para o combate a incêndios”, ressaltou a nota.

“Essa alta está em grande parte associada às condições meteorológicas decorrentes do efeito do El Niño. O segundo semestre do ano passado teve um período muito grande em que a quantidade total de chuva foi abaixo da esperada, e, no início deste ano, o estresse da vegetação favoreceu a ocorrência e propagação do fogo”, explicou Fabiano Morelli, chefe do Programa Queimadas do INPE, ao jornal O Globo.

A extensão destruída entre janeiro e maio superou em 39% o registrado no mesmo período de 2020, o pior ano da série histórica até então. Desde janeiro de 2024, uma área duas vezes maior que o tamanho da cidade de São Paulo já queimou no Pantanal, conforme o Lasa-UFRJ.

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Neste ano, a temporada das chamas, que começaria em julho, chegou mais cedo e com força. Em MS e no MT, os focos de incêndio nos seis primeiros meses de 2024 aumentaram 1127% se comparado ao mesmo período de 2023.

Para especialistas, a escalada do fogo em 2024 caminha para um cenário semelhante ao de 2020, até então o pior ano para o Pantanal desde o fim da década de 1990. Um estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, universidades e ONGs estimou que, naquele ano, ao menos, 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal.

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CIDADES

Enfermeiros denunciam atrasos, perdas salariais e pedem ações urgentes por valorização em MT

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Gilberto Leite | ALMT

Profissionais da enfermagem de diversos municípios de Mato Grosso denunciaram uma série de irregularidades e precariedades enfrentadas no exercício da profissão durante reunião da Câmara Setorial Temática (CST) da Enfermagem, realizada nesta quinta-feira (9), na Assembleia Legislativa.

Entre as principais reivindicações estão o pagamento correto do adicional de insalubridade, a regulamentação da jornada de 30 horas semanais, o repasse integral do piso salarial nacional e medidas contra a precarização dos contratos por empresas terceirizadas.

A enfermeira e vereadora de Nova Nazaré, Geslaine Junqueira, criticou a forma como muitos municípios calculam o adicional de insalubridade, aplicando-o sobre o salário mínimo e não sobre o salário-base, como determina a legislação. Ela defendeu a criação de uma aposentadoria especial para a categoria, diante das condições desgastantes do trabalho.

“Enquanto não houver uma lei que obrigue os municípios a corrigirem essa prática, não teremos uma solução efetiva”, alertou.

Já a vereadora e enfermeira Sarah Botelho, de Tangará da Serra, denunciou atrasos de até quatro meses no pagamento de salários a profissionais terceirizados, e cobrou garantias legais contra esse tipo de abuso.

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Em Cuiabá, a enfermeira Ívina Dodô relatou que os complementos do piso salarial estão sendo reduzidos por descontos indevidos, o que prejudica diretamente benefícios como 13º salário e férias. Ela também destacou a desigualdade entre municípios: “Enquanto Cuiabá paga um valor, Várzea Grande paga outro. Precisamos de isonomia, respeito e estabilidade”, afirmou.

O representante do Conselho Regional de Enfermagem, Pedro Vidal, afirmou que o órgão tem buscado parcerias com o Ministério Público, o Tribunal de Contas e outras instituições para pressionar por avanços e melhores condições de trabalho para os mais de 44 mil profissionais da enfermagem em Mato Grosso.

A presidente da CST da Enfermagem, Enfermeira Merielly, avaliou a reunião como produtiva e garantiu que todas as demandas estão sendo formalmente registradas para futuras ações legislativas. Ela destacou que o deputado estadual Max Russi (PSB) já apresentou indicações ao governador Mauro Mendes cobrando respostas do Executivo.

Proposta de plano estadual inclui segurança e apoio psicológico

Entre as propostas debatidas na CST está a criação de um plano estadual de prevenção à violência contra profissionais da saúde, incluindo medidas como:

  • Licença especial remunerada para trabalhadores vítimas de agressão;
  • Programa de apoio psicológico e social para profissionais da enfermagem;
  • Integração entre unidades de saúde e delegacias para agilizar registro de ocorrências;
  • Reforço da segurança física e tecnológica com câmeras, botões de pânico e rondas policiais.
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“Nós reafirmamos o nosso compromisso com a transformação, com o avanço e com políticas públicas que impactem diretamente a vida da categoria”, finalizou Enfermeira Merielly.

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